O comportamento junto do médico não é igual com toda a gente. Enquanto há gente que não tem quaisquer problemas em falar com o médico, já outras demonstram alterações fisiológicas. Pânico, tensão arterial alterada, nervosismo, ansiedade, suores frios, são algumas das alterações que as pessoas que sofrem deste tipo de síndrome podem exibir. Médicos, enfermeiros, dentistas ou outros técnicos e profissionais de saúde, todos podem desencadear essa reação. Tecnicamente, dá-se o nome de “latrofobia” ou de “jatrofobia”, o “medo do médico”.
Registada pela primeira vez na década de 1980, o seu principal sintoma é o registo de hipertensão pontual (isto é, momentaneamente os pacientes tem tensão sanguínea mais elevada) em ambientes médicos, enquanto tem tensão normal fora dos mesmos. Mas outras alterações fisiológicas podem ser observadas e que podem estar também elas ligadas à fobia.
Os números sobre a quantidade de pessoas que sofrem desta fobia não só claros, mas segundo números avançados por um estudo da Universidade de Pensilvânia, poderão ser ate uma em cada cinco pessoas que apresentam os sintomas referidos.
É, contudo, importante identificar esses números, e mais importante ainda, conseguir identificar as pessoas que sofrem desse síndrome, uma vez que as alterações observadas apenas em ambiente médico podem causar diagnósticos errados no paciente.
Segundo o psicólogo Renato Belin Castellucci, esta fobia poderá ter origem em situações vividas durante a infância da pessoa e que nunca ficaram resolvidas emocionalmente e psicologicamente. Dentro deste tipo de experiências, poderão estar situações traumáticas com algum profissional da saúde enquanto em criança. A associação de medo e dor e muito forte, e poderá ser uma experiência que tenha envolvido dor, por muito simples que seja, como um curativo ou uma vacina.
Mas o psicólogo avança outras hipóteses. Numa explica que o medo em si não será da pessoa em si, ou do que ela significa, mas sim da associação a um status social. Esse é visto pela maioria da sociedade como sendo hierarquicamente superior aos demais. Contudo, há pessoas que tem algum tipo de resistência a este tipo de estatização, e essa resistência manifestação na fobia.
A adversão a mudanças, e a eventos possivelmente traumáticos é outra razão que pode levar as pessoas a desenvolver uma fobia aos médicos. O desejo de não ver mudados hábitos de vida e do fim de dependências, por ordem do médico, leva a uma inconsciente fobia de os ver. Isso é bem visível na alta correlação entre dependentes de substâncias químicas, como drogas ou álcool, e as pessoas identificadas com esta síndrome do jaleco branco.
Alem do mais, num nível mais social, e em idade mais jovem, é fácil fazer a associação de “medico” e “possibilidade de morrer”, pois em muitas situações em que os médicos estão envolvidos, as pessoas acabam morrendo. E mais uma vez, essa associação inconsciente leva a associar um valor negativo aos médicos que nos leva à sensação de ansiedade quando chega a hora de ver um médico, ou outro qualquer profissional da saúde.
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