Inimigos mais perigosos são as facções criminosas (do ‘lúmpen’ e da ‘elite’), virá delas a grana ilegal e invisível para a compra de votos nos rincões miseráveis das periferias
Por Jorge Serrão
Nunca tivemos uma crise política como agora. Estamos em guerra de todos contra todos os poderes republicanos. Assistimos a batalhas de narrativas – inconclusivas e sem fim. A pancadaria vai piorar com a proximidade da eleição. A campanha de 2022 foi antecipada pela oposição perdida. O governo federal caiu na armadilha e embarcou no processo precoce. Pesquisas indicam um presidente impopular e com reprovação recorde. Acontece que a realidade mostra o contrário. O chefe de Estado é ovacionado nas ruas, e consegue mobilizar multidões em manifestações a favor dele. Jair Bolsonaro polariza com Lula da Silva. A alternativa a ambos, apelidada de “terceira via”, não se cristaliza. Sergio Moro vem aí? Talvez, mas é incerto se conseguirá se viabilizar politicamente.
Enquanto nada acontece, prossegue o desgaste sistemático ao governo. Os donos do poder não conseguem derrubar Bolsonaro. A recíproca também é verdadeira. Apesar dos ataques calculados e sistemáticos do establishment, em sabotagens institucionais e via propaganda midiática, Bolsonaro resiste. Se a economia “bombar” (e a tendência é essa), pode até se reeleger. Mesmo sem garantia de que conquiste governabilidade – a mesma que não tem desde que assumiu em janeiro de 2019. Bolsonaro ainda deixa a desejar na estratégia de comunicação do governo. Mas funciona, “direitinha”, a comunicação direta com o eleitorado (que os inimigos chamam de “bolha”). Isso apavora os inimigos, a tal “oligarquia”.
Bolsonaro já definiu algumas prioridades táticas no curto prazo. Já incentiva o comparecimento massivo às urnas, evitando votos nulos e brancos que beneficiam a oposição perdida. Foca na renovação de pelo menos 15 dos 27 senadores comprometidos com as reformas e mudanças estruturais. Defende a escolha de deputados federais e estaduais que tenham legitimidade popular – que não sejam meros representantes do sistema do crime institucionalizado em vigor. O presidente fará uma divulgação massiva de todos os escândalos não resolvidos nas gestões anteriores, porque já constatou que o “combate à corrupção” continua na pauta popular para 2022. O tema ainda sensibiliza a classe média.
O cenário é complexo. Bolsonaro trabalha pelas reformas propostas na campanha de 2018, lutando contra os poderes legislativo e judiciário que reagem às reformas e mudanças estruturais. Consegue avanços no campo da economia (ainda em crise) e da infraestrutura. O agronegócio também avança com Bolsonaro. Mas a desvantagem cambial afeta setores estratégicos e não facilita melhorias na base do setor industrial. A classe política e a oposição fazem desdém de Bolsonaro. Ele não tem um partido político. Não conta com uma base política sólida. O presidente não comanda o processo político. A proposta conservadora no Brasil é uma novidade em construção. Os militares têm presença mais simbólica que real no governo. Bolsonaro, em nenhum momento, foi o fascista, genocida, autoritário, pintado falsamente pelos opositores. A eleição de Bolsonaro não promoveu uma reforma de dois terços do Senado. O movimento facilitou a esquerda, que soube muito bem aparelhar a composição do Supremo Tribunal Federal. Os operadores políticos de Bolsonaro não souberam eleger os prefeitos das maiores cidades. Mas isso pode mudar em 2022, com o protagonismo de muitos vereadores que ganharam popularidade e visibilidade. Eles devem disputar vagas nas assembleias e na Câmara dos Deputados.
Pontos positivos e otimistas a avaliar. A politização da população nunca foi tão grande quanto agora. Os inimigos de Bolsonaro estão nus, visíveis, o que reduz a fortaleza deles. O establishment nunca esteve tão desmoralizado e desgastado. A classe política, idem. Membros do Supremo Tribunal Federal, nem se fala – o que não é bom. Os donos do poder não têm condições reais de tirar Jair Bolsonaro do poder por impedimento ou golpe. No máximo, podem desgastar o presidente, o que têm feito em parceria com a mídia falida moral e economicamente. O narcotráfico também não deseja a continuidade de Bolsonaro. Vontade idêntica dos empreiteiros acostumados à roubalheira nos governos anteriores. Vem das facções criminosas (do “lúmpen” e da “elite”) a grana suja para a compra de votos nos rincões pobres das periferias.
Existem pendências institucionais preocupantes a resolver. Bolsonaro precisa de um pacto mais visível e objetivo com o Supremo Tribunal Federal. A hipertrofia de poder do STF ainda não se resolveu, com uma Constituição que continua catastrófica desde o nascedouro, 33 anos atrás. O Poder Supremo continua abusando da força. É preciso recuperar a questão da autoridade do poder presidencial. Além disso, o presidente precisa definir sua filiação partidária, para não correr o risco de ficar sem legenda para disputar a reeleição. Novamente, vamos para uma eleição sem a segurança total do processo eleitoral – pois o governo não teve competência estratégica para aprovar a impressão do voto pela urna eletrônica para recontagem de 100% dos votos na própria sessão eleitoral (como seria ideal). Enfim, até a decisão da próxima eleição, muita pendência e incerteza. Uma certeza? O establishment, o narcotráfico e os megaladrões da Lava Jato são os maiores e mais perigosos inimigos do presidente e do povo brasileiro.
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