Dizem por aí: “As nações anglo-saxônicas, as germânicas, as não sei o que são formidáveis! Vejam como são hoje as que outrora colonizaram”.
Mas acontece que, na época de Roma, os anglo-saxões eram considerados inferiores, os germânicos também. A Gália, hoje França, era um atraso. E, no entanto, aqueles povos cresceram. Tiveram tempo para isso (e souberam aproveitá-lo bem). É preciso derrubar esse absurdo, que até parece uma orquestração, que não se sabe de onde vem; ou se sabe?!… A todo momento você encontra um distraído proferindo essa enormidade, fomentando a derrota brasileira: “Olha, não tem jeito! Somos uma condenada etnia miscigenada de brancos, índios e negros”.
Não acredito nisso e protesto contra essa burla suicida. Aqueles que achavam que nas regiões subequatoriais não poderia surgir uma civilização respeitável também estão errados, porque nossa pátria, apesar de todos os seus problemas, avança (ainda que muitas vezes não pareça), contrariando essa ideia.
Fato que se comprova no resultado de estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que aponta o fenômeno de “escurecimento da população brasileira”. Em reportagem publicada pela Agência Brasil, em 20 de novembro de 2008, Dia da Consciência Negra, encontramos: “a pesquisa indica que mudanças na maneira de pensar das pessoas e não elementos de cunho demográfico são responsáveis pela quase totalidade da mudança. (…) De acordo com a publicação “Desigualdades Raciais, Racismo e Políticas Públicas 120 anos após a Abolição”, até o início dos anos 1990, a população negra vinha aumentando de modo “relativamente lento e vegetativo”, por meio de uma taxa de fecundidade um pouco mais alta para pretos e pardos além do fato de que descendentes de casais de negros e brancos terem maior probabilidade de ter filhos pardos. Já em algum momento entre 1996 e 2001 começa um processo de mudança na maneira como os brasileiros se veem. Durante o período, segundo o Ipea, as pessoas passam a ter menos vergonha de se identificar como negras e deixam de se “branquear” para se legitimar socialmente”.
Em entrevista ao programa Conexão Jesus — O Ecumenismo Divino, da Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e internet), a profa. dra. Marina de Mello e Souza, livre-docente em História da África e ilustre professora do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), apresentou interessante análise, após explanar sobre a história desse belíssimo continente, tão importante ao equilíbrio mundial: “Meu sábio pai, já falecido, dizia: “No Brasil, existe branco brasileiro e preto brasileiro”. Ou seja, aqui a gente não tem nem um branco e nem um preto, porque se você colocar um preto brasileiro do lado de um preto africano, você vai ver o quanto de miscigenação tem ali. Então, um branco brasileiro, ao conhecer a história do continente africano, em vez de querer ocultar a sua herança africana, ele vai querer falar: “Opa! Eu também faço parte disso!” O que vejo na minha sala de aula é uma mudança cristalina no rosto do aluno entre o primeiro e o último dia de aula, porque a gente revela uma riqueza completamente desconhecida e, com isso, você abre a possibilidade da autoestima”.
Eis que o Brasil é nação de etnias mescladas, para cuja sobrevivência convém seja plenamente reconhecida e vivida a sua brilhante mestiçagem. Justamente porque nela consiste a sua força.
AUTOR: PAIVA NETTO
Tags: artigo
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