Várias pesquisas estão sendo realizadas com o objetivo de lançar luz sobre um dos momentos mais difíceis da história da humanidade. Como parte dessas iniciativas, no dia 23 de junho de 2020, o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), juntamente com outros parceiros, apresentaram os resultados de uma pesquisa nacional envolvendo 33.688 jovens de todas as regiões do Brasil.
A pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus chega em momento oportuno, atravessado pelas incertezas do futuro. Embora esse mesmo porvir não seja tão incerto para boa parte dos jovens brasileiros, o cruzamento de seus perfis, situação social e ausência de políticas públicas, direciona-os à ocupação de espaços precários de trabalho e à vivência de situações de extermínio – se forem periféricos, negros, índios ou pertencentes a algum grupo LGBTQI+.
O contexto da pandemia tem agudizado muito esse cenário, e os dados coletados revelam vários aspectos importantes sobre a vivência da juventude em um período tão adverso. Ao que parece, a pesquisa traduz um claro pedido de socorro por parte dos jovens. Isso pode ser verificado no que diz respeito aos sentimentos durante a pandemia, uma vez que um conjunto de emoções negativas (ansiedade, tédio, exaustão, impotência, entre outras) aparece em maior porcentagem em comparação às positivas.
Se os sentimentos negativos, durante a pandemia, vêm ocupando espaço nas mentes e corações dos jovens, isso traz rebatimentos para o ato de estudar em casa. Afinal, para eles, o lado emocional tem atrapalhado, assim como suas dificuldades para se organizar. Suprimir dúvidas, sem contatos presencial e sem ambiente adequado, se tornam alguns dos maiores problemas deste momento.
Outro ponto são as preocupações durante a pandemia. Nesse item, destaca-se, entre muitos fatores citados, a possibilidade de se ter os estudos interrompidos e de pior qualidade. Não obstante a tal cenário, os jovens também apontam as dificuldades de ensinar que a maioria dos professores apresenta, além de equipamentos pouco adequados.
“O item estudar em casa – o que querem os estudantes” traz um dado coerente em relação às respostas anteriores. Ao mesmo tempo, esse item revela o que anseiam esses jovens e do que tem sido feito via ensino remoto ou educação a distância. Para a maioria dos participantes da pesquisa, o que a escola deveria fazer agora seria a oferta de atividades para trabalhar as emoções e estratégias para organizar tempo e estudo. A necessidade de disciplinas e conteúdos apenas aparece como terceira opção, o que nos permite refletir que o vínculo com a escola pode ser definido para além da rotina frenética, de base conteudista, das tarefas encaminhadas por meio de aulas remotas.
A melhor tradução das respostas dos jovens à pesquisa pode ser aquela entendida como um alerta para seguinte questão: o quanto as formas de inclusão precarizadas de formação humana, em tempos de pandemia, podem se constituir como elemento de reforço aos problemas emocionais do isolamento social?
Por sua vez, as características do ensino remoto aprofundam os índices de desigualdade educacional, distanciando os jovens mais pobres, deficientes físicos e pessoas com dificuldades de aprendizagem de qualquer inclusão em processos de ensino e aprendizagem de qualidade. As aulas remotas, nas condições e contextos em que acontecem, se coadunam com a formação, já precarizada, ofertada com a reforma do Ensino Médio, além de todo o desmonte das políticas de inclusão social.
Aliás, falar de política de inclusão no cenário econômico ultraliberal parece-nos um tanto démodé. O que vale agora é repetir o mantra do empreendedorismo e inovação, como resposta paradigmática ao “cada um por si”, contida na perda de direitos da classe trabalhadora e assalariados da classe média e à instalação da precariedade pela alternância de emprego formal, trabalho precário e não emprego – conforme já analisava, em meados dos anos 1990, o sociólogo francês Robert Castel.
Fonte: Diário de Pernambuco
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