Grupo formado por médicos que atuam na linha de frente do combate a Covid-19 voltaram a defender, nesta quarta-feira (15), um protocolo para tratamento precoce contra a doença. Eles participaram da live promovida pela Comissão Especial em apoio ao Combate à Covid-19 da Câmara Municipal de Campo Grande e afirmaram que a hidroxicloroquina, medicamento condenado por parte da sociedade médica, é eficiente no tratamento e seu maior problema é o “político”.
“No Brasil, a hidroxicloroquina está há mais de 70 anos. O maior problema dela é o político. De cada 100.000 pacientes que usam hidroxicloquina com azitromicina, oito podem evoluir para alguma complicação que pode ser suspendido o medicamento”, afirmou o médico Mauri Comparin.
“Não temos bandeira política, estamos em defesa de um tratamento precoce na rede pública. A preocupação do nosso grupo é que a cidade de Campo Grande está no auge da pandemia. E, como os leitos de UTI estão sendo ocupados rapidamente, a preocupação seria de tentar reduzir a taxa de internação e evolução da doença”, seguiu.
Segundo o médico, estudos internacionais mostraram que combinações de hidroxicloroquina, azitromicina e zinco conseguiram reduções significativas no índice de internação, desafogando os sistemas de saúde, e também reduziu o número de óbitos. O profissional defendeu ainda a ivermectina, combinada com outros remédios, para reduzir as internações por Covid-19.
“Queremos que o paciente tenha o direito de receber explicações sobre a possibilidade de tratamento precoce. Queremos colocar o protocolo para que o paciente seja bem orientado. Quando mais tratarmos precocemente, menos efeito o coronavírus vai fazer na gente”, concluiu.
O médico Sandro Trindade Benites foi outro que defendeu o uso do coquetel nas fases iniciais da doença. “Nós atuamos na linha de frente a Covid. As sociedades médicas primam pela questão de marcação científica. Entendemos que se fossemos esperar essas publicações, não teríamos tempo. São necessárias atitudes dos médicos para atuar frente a essa pandemia. A Medicina não é uma ciência exata. Uma verdade do mês passado, pode não ser mais verdade hoje. Diante de uma pandemia, não podemos perder tanto tempo”, pregou.
Prefeitura adere a protocolo – De acordo com a Superintendente da Rede de Assistencia da Sesau (Secretaria MUnicipal de Saúde), Ana Paula Resende, a Prefeitura já aderiu ao protocolo do Ministério da Saúde e encaminhou a compra das medicações para a rede pública, que, a princípio, serão suficientes para 20 mil tratamentos.
“Foi feita adesão para compra e tratamento precoce dos pacientes. O protocolo está disponibilizado e cada profissional tem o direito de dar o tratamento conforme ele entende que deve ser feito. Não temos matéria prima, estamos com dificuldade para comprar azitromicina, inclusive em farmácias privadas. A hidroxicloroquina já está encaminhada a compra. Ivermectina e zinco também. Temos uma previsão que seria, inicialmente, de dez dias. Como estamos no processo final, acreditamos que, em 15 dias, já tenhamos essas medicações disponíveis. Talvez não em sua totalidade, mas conforme os lotes chegarem, já disponibilizaremos”, afirmou.
Conforme último balanço divulgado pela pasta, dos 4.906 casos confirmados em Campo Grande, 174 estão internados, 1.832 em isolamento domiciliar e 2.855 estão recuperados. Já são 45 óbitos pela Covid na Capital.
Além disso, dos 241 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis em Campo Grande , 176 estão ocupados (73%). O prefeito Marcos Trad já anunciou que serão abertos, até dia 31 de julho, mais 38 leitos de UTI.
Conselho quer acesso ao protocolo – Representantes do Conselho Municipal de Saúde que participaram da live também pediram acesso ao protocolo que será utilizado nas unidades de saúde. Além disso, a coordenadora da Mesa Diretora do órgão, Maria Auxiliadora Ribeiro Vilalba Fortunato, discorda da exigência de um termo do paciente que será submetido ao tratamento.
“Isso, para mim, é como se fosse um protocolo de pesquisa científica com seres humanos. Quando a gente analisa, a gente precisa pedir o termo esclarecido para o paciente. Fica meio dúbio, já que é um remédio que existe há mais de 100 anos e já é aplicado em outros tratamentos. Pra que o paciente tem que assinar esse termo, se não tem risco?”, questionou.
Câmara amplia debate – A live foi realizada, pela primeira vez, através de plataforma Zoom, de maneira remota. Segundo o vereador Eduardo Romero, mediador do debate, o papel da Câmara é abrir espaço para todas as vertentes de pensamento. “Nosso papel não é bandeirar nem a favor ou contra, mas questionar. E levar ao campo-grandense essas informações para que eles possam entender o que a cidade faz nesse sentido”, afirmou.
Para o vereador Dr. Wilson Sami, é hora de sensibilizar os profissionais da saúde. “Nesse momento, é oportuno sensibilizar. Como o protocolo foi aceito pela Sesau, convém buscarmos parcerias com aqueles que estão na linha de frente. Temos argumentos para implantarmos esse protocolo. Acredito que, a partir de agora, diminuiremos o índice de óbito. O protocolo ataca a primeira fase da doença. Que os que estão na linha de frente usem esse protocolo com inteligência e sabedoria”, defendeu.
O vereador Dr. Lívio, que preside a Comissão, afirmou que o momento é de união e empatia. “Não tenho e menor dúvida das boas intenções que esse grupo tem colocado, principalmente em um momento como esse. Temos que ter empatia com o próximo e nos orgulhar dos profissionais que temos”, finalizou.
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal
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