A partir da próxima semana a Prefeitura de Campo Grande inicia uma megaoperação que estabelece uma série de ações de enfrentamento, conscientização e sensibilização sobre os riscos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e Chikungunya, integrando diversos órgãos da administração municipal, instituições públicas e privadas e sociedade civil organizada. A primeira etapa começa na quarta-feira (22), pelo Bairro Nova Campo Grande, Região do Imbirussu. Até o fim da campanha, que deve durar em torno de dois meses, as sete regiões urbanas da Capital serão atendidas.
As ações contemplarão a limpeza de terrenos públicos, transporte de materiais inservíveis descartados, alocação pontual e temporária dos descartes em locais previamente definidos, fiscalização e autuação de descartes irregulares, visita às casas pelos agentes de combate às endemias para detecção de focos, limpeza, orientação e conscientização da população sobre os riscos e consequências das doenças transmitidas pelo mosquito.
Paralelamente, a prefeitura se encarregará de fazer o trabalho de limpeza dos espaços públicos, incluindo praças e parques, sob a sua administração.
Durante o período de ação, será realizada uma grande gincana que, conforme as regras a serem estabelecidas, premiará os moradores que mais contribuírem com a limpeza do bairro e região, envolvendo toda a comunidade e contribuindo assim de maneira efetiva na eliminação de potenciais criadouros do mosquito.
Os trabalhos devem durar em torno de sete dias em cada região, respeitando a ordem pré-definida, conforme cronograma descrito abaixo:
1ª Semana – 22 a 28 de janeiro/ Imbirussu.
2ª Semana – 29 de janeiro a 4 de fevereiro/ Anhanduizinho.
3ª Semana – 5 a 11 de fevereiro/ Bandeira.
4ª Semana – 12 a 18 de fevereiro/ Prosa.
5ª Semana – 19 a 25 de fevereiro/ Lagoa.
6ª Semana – 26 de fevereiro a 3 de março / Segredo.
7ª Semana – 4 a 10 de março / Centro.
Ações
Desde agosto do ano passado a prefeitura tem intensificado as ações de enfrentamento ao mosquito, antecipando a chegada dos períodos críticos, de chuva e calor.
De lá pra cá, as equipes da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Sesau tem realizado diariamente o trabalho de orientação e eliminação de criadouros do mosquito.
Além de inspeções em residências, é feita a vistoria em pontos estratégicos, áreas consideradas de maior risco de proliferação de mosquito e que exigem um trabalho específico, a exemplo de borracharias, oficinas mecânicas, pontos de recicláveis, construções, casas e construções abandonadas.
Recomendações
Durante as visitas, os profissionais de saúde orientam os munícipes a seguirem os cuidados necessários: nunca deixar ao ar livre qualquer recipiente propenso a acumular água, manter a limpeza de terrenos e quintais em dia, instalar telas nas janelas, colocar areia até a borda dos vasos de planta, manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo, acondicionar pneus em locais cobertos, limpar e trocar a água de bebedouros de animais, proteger ralos pouco usados com tela ou jogar água sanitária.
Infestação pelo Aedes
Conforme o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo o Aedes aegypti (LIRAa), sete áreas de Campo Grande foram classificadas com o risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito.
O número de áreas em alerta praticamente dobrou, em comparação com o último LiRaa divulgado em novembro do ano passado, passando de 22 para 42 áreas. Dezoito áreas permanecem com índices satisfatórios.
O índice mais alto foi detectado na área de abrangência da USF Iracy Coelho, com 8,6% de infestação. Isso significa que de 233 imóveis vistoriados, em 20 foram encontrados depósitos. A área da USF Azaleia aparece em segundo com 7,4% de infestação, seguido da USF Jardim Antártica, 5,2%, USF Alves Pereira, 4,8, USF Sírio Libanês, 4,4%, Jardim Noroeste, 4,2% e USF Maria Aparecida Pedrossian (MAPE), 4,0%.
Dados epidemiológicos
Os dados epidemiológicos relativos aos 15 primeiros dias do ano mostram um número significativo de notificações de suspeitas de dengue feitas ao serviço de vigilância epidemiológica. Desde o início do ano foram 284 notificações, sendo que um óbito, de um homem de 30 anos, já foi confirmado.
Além dessas ainda foram registradas três notificações de Zika Vírus e uma de Chikungunya, que ainda estão passando por processo de avaliação laboratorial para confirmar ou não as suspeitas.
Durante todo o ano de 2019 foram registrados 39.417 casos notificados de dengue em Campo Grande, sendo 19.647 confirmados e oito óbitos.
Apesar dos números expressivos impulsionados pela epidemia do último ano, o mês de dezembro fechou com aproximadamente 45% a menos de casos registrados no ano anterior.
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