Iniciada há 4 meses, a transposição do emissário de esgoto das margens do Rio Anhandui para o centro da pista bairro-centro da Avenida Ernesto Geisel está 84% concluída. A previsão, que pode ser revista conforme a intensidade das chuvas que foram registradas no período, é que na segunda quinzena de janeiro haja a interligação do interceptor à rede existente. Em seguida, será aberta uma frente de serviço dentro do rio, com a retomada da construção da parede de gabião na margem direita (sentido Centro).
Até agora, segundo balanço da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, dos 1.250 metros de tubulação que serão implantados, já foram feitos 1.050 metros. Isto permitiu fechar a valeta de 3,5 metros de profundidade, recompor o aterro, refazer o pavimento e liberar para o tráfego o trecho entre as proximidades do Ginásio de Esportes Guanandizão e a Rua Aquário. Quando a chuva der uma trégua, será refeito o asfalto em mais 400 metros a partir do cruzamento com a Rua Bonsucesso. Na travessia sobre a ponte que interliga o Marcos Roberto com a Vila Jacy a intervenção já foi concluída.
Os engenheiros da Sisep explicam que o ritmo das obras é comprometido pela período de chuva, porque o serviço exige muita movimentação de terra. O aterro da pista, feito com arenito, é retirado e o fundo da valeta concretado para colocar os tubos “envelopados” por fibro cimento, a valeta é fechada para recompor a pista da avenida que margeia o Anhandui.
Estão sendo usados tubos de 90 centímetros de diâmetro, feitos com material mais resistente, PRFV (Poliéster Reforçado com Fibra de Vídro), que só é fabricado com prévia encomenda, com prazo mínimo de 60 dias para entrega. A tubulação custou R$ 900 mil e foi paga pela Águas Guariroba.
Retomada
As obras de revitalização e controle de enchentes no Rio Anhandui foram retomadas em agosto. O serviço estava parado há 9 meses por causa de atrasos no repasse de recursos federais. Foi preciso também aguardar a Caixa Econômica Federal aprovar a reprogramação do projeto, que terá um custo adicional de R$ 1,240 milhão, custeado com recursos próprios, viabilizados em parceria com o Governo do Estado.
O valor cobre os gastos com a implantação do emissário de esgoto entre a Rua Ceres e as proximidades do Guanandizão. A nova tubulação substituirá a atual, que fica rente à margem esquerda (sentido bairro) do rio, onde também serão erguidas as paredes do gabião.
Pelo emissário é escoado o esgoto coletado na cidade até a Estação de Tratamento no Los Angeles. A proposta inicial era erguer o gabião da margem esquerda, alinhando ao interceptor. Entretanto, após as primeiras movimentações de terra, se constatou que o aterro que abriu caminho para implantação das pistas da Avenida Ernesto Geisel não resistiria, além de colocar em risco o interceptor, com consequências imprevisíveis em termos ambientais.
Estabilização
As obras no Rio Anhandui são para estabilizar as margens do rio (com muro de gabião e placas de concreto). Sem as paredes de gabião ou de concreto, quando chove muito na cabeceira dos córregos afluentes (Prosa e Segredo), a correnteza aumenta. A água, ao bater no barranco diretamente, derruba o aterro e provoca erosão, colocando em risco as pistas. Estão sendo construídas mais bocas de lobo nas pistas marginais para aumentar a capacidade de captação da enxurrada.
Será feita também uma ciclovia (na margem direita até a ponte de travessia na Rua Abolição e na esquerda até a ponte na Rua do Aquário), urbanização e recapeamento das duas pistas da Avenida Ernesto Geisel, numa extensão de 1,6 km, da Rua Santa Adélia até a Rua do Aquário. A margem direita (sentido centro-bairro) já está “revestida”, protegida da erosão com paredões de gabião com até 9 metros de altura e placas de concreto. As cabeceiras da ponte, para travessia na altura da Rua Bonsucesso, foram refeitas após a construção no canal do rio de gabião embaixo da estrutura.
O que já foi feito
Até agora, 60% do projeto já foi executado, com investimento de quase R$ 30 milhões (R$ 29.482.754,49). Com o reajustamento médio de 20,61% , o custo dos três lotes subiu de R$ 48,5 milhões para R$ 58,5 milhões. No lote 2, entre as ruas Abolição e Bonsucesso, já foi feito 58,67% do gabião (3.802 m²) e no lote 3, entre as ruas Bonsucesso e do Aquário, 48,77% (3.218 m²).
O canal já está pronto nas duas margens do lote 1, que tem 410 metros (entre as ruas Santa Adélia e Abolição). As pistas marginais foram recapeadas, ainda falta fazer a ciclovia, implantar o guard rail, além da urbanização. Um trecho antigo do canal de 20 metros está sendo reconstruído. Nos outros dois lotes, que juntos tem 1.260 metros, da Rua da Abolição até a Rua do Aquário, a margem direita (sentido bairro) está pronta. Na margem esquerda, o serviço foi interrompido porque havia risco de danificar o interceptor com a movimentação de terra.
Para reforçar a estrutura do canal, o projeto prevê nos trechos com paredes de concreto a “ancoragem” das placas. A técnica consiste na abertura de uma perfuração de 11 metros no subsolo, onde se coloca um cabo de aço e nele se injeta concreto armado, fazendo o grampeamento da estrutura.
A parte do canal em gabião é revestido com uma manta geotêxtil. Este material, feito com poliéster, é colocado atrás das paredes de gabião, reforçando ainda mais a proteção das margens do aparecimento de novos processos erosivos.
Projeto antigo
O projeto de revitalização do Anhanduí é de 2011 e teve duas licitações e uma ordem de serviço assinadas e canceladas em 2012. Em 2014, também fracassou a segunda tentativa de licitação. Calculou-se que seria preciso R$ 68 milhões para executar o projeto até o final da Avenida Ernesto Geisel, no Aero Rancho, com R$ 28 milhões de contrapartida.
Com a atualização das planilhas, além de alguns ajustes no projeto, o recurso, assegurado por um convênio firmado em 2012 com o Ministério das Cidades (R$ 42,7 milhões em valores corrigidos), será suficiente apenas para executar o projeto entre as ruas Santa Adélia e do Aquário numa extensão de 1.670 metros..
A obra faz parte de um conjunto de ações para controle de enchentes nos bairros Marcos Roberto, Jockey Clube, Jardim Paulista e Vila Progresso. Foram investidos R$ 26 milhões em rede de drenagem e intervenções em afluentes do rio (os córregos Cabaça e o Areias), que despejam suas águas no Anhandui.
Fonte: Prefeitura de Campo Grande
Tags: Prefeitura, tubulação
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