“Dentre os sintomas há a alteração de apetite, havendo um ganho de peso por conta do cortisol, o hormônio do estresse”, diz psicóloga
Cansaço, estresse, esgotamento e alterações repentinas de humor? Esses são alguns sintomas do burnout, uma síndrome causada pelo excesso de trabalho e que cada vez mais tem ocasionado preocupações.
Ficar atento aos sinais emitidos pelo nosso corpo e mente é essencial na hora de procurar apoio profissional em busca de ajuda. Por isso, para falar sobre a temática, a psicóloga Camila Sichinel Cunha dá orientações do que fazer ao notar sintomas. Confira!
O que é burnout?
A Síndrome de Burnout recebeu essa nomenclatura de ‘síndrome’ porque justamente é um conjunto de sinais e sintomas. Importante frisar que não é uma doença, um distúrbio, mas sim um conjunto de sinais e sintomas relacionados ao estresse crônico, ligado à atividade laboral. Tem correlação ao âmbito profissional, havendo um esgotamento físico e mental, que tem sua etiologia totalmente ligada ao trabalho.
Divisor de águas
A pandemia foi um divisor de águas! Vimos no consultório, no discurso das pessoas, “antes da pandemia”, “depois da pandemia” e o quanto isso foi um agravante para a saúde mental das pessoas, fora os desafios que o mercado de trabalho exigiu. Exemplo: professores, que se viram, do dia para noite, obrigados a se reinventar. Sem contar o ambiente onde tudo isso era feito, que era em casa.
O que eu faço?
É interessante falar do conjunto de sinais e sintomas que estão presentes na síndrome. Didaticamente costumamos dividi-los como físicos e mentais, mas claro que não há essa dicotomia, porque tudo está interligado.
Dentro dos sintomas físicos a pessoa “experimenta” um estresse tão crônico e de uma dimensão tão gigantesca, que o corpo dela começa a somatizar, mandando sinais para parar e prestar atenção, pois está sucumbindo. Com isso, há dor de cabeça, enxaquecas recorrentes, pressão arterial alterada, picos altos de pressão, insônia, taquicardia, batimentos acelerados e falta de ar. É importante ainda pontuar que temos alteração do apetite, comendo mais ou menos, porém há mais facilmente um ganho de peso por conta do cortisol, que é o hormônio do estresse.
Já dentre os sintomas mentais temos alterações de humor muito significativas e bruscas, sentimento de fracasso e insegurança, cansaço excessivo, dificuldade de concentração, negatividade constante, isolamento, sentimento de derrota e desesperança e sentimentos de incompetência. Necessário pontuar que o cansaço não é aquele “é sexta, estou cansada, mas tenho fim de semana para me recuperar”. Não! Aqui o esgotamento é tão grande que chega segunda-feira e a pessoa está tão cansada quanto na sexta-feira.
Importante!
Vi isso, tive a percepção do que está acontecendo? É essencial não negligenciar os sinais e buscar ajuda. E a ajuda é também recorrer ao seu gestor, familiares e colegas de trabalho, além de um profissional, psicólogo e/ou psiquiatra. O profissional da saúde mental conseguirá entender que os sintomas físicos e mentais estão relacionados com o ambiente de trabalho.
Ranking das profissões
Os estudos têm demonstrado que depende também do ambiente de trabalho, ou seja, dependendo do ritmo de trabalho tóxico, com assedio moral, qualquer profissão pode ser elencada. Porém, não podemos deixar de listar as profissões mais estressantes, que são:
– Jornalistas
– Profissionais da saúde
– Socorristas
– Bombeiros
– Policiais
– Atendentes de telemarketing
– Entre outras
Conselho
As pessoas normalmente fazem muito uma correlação de “parar de negar os sintomas” com “sinal de fraqueza”, até porque, geralmente, é um discurso que existe nas empresas, há uma pressão. Outra situação é o acumulo de funções, que muitos acham normal, que o mercado de trabalho é assim mesmo, competitivo, e nisso há a vergonha em não dar conta, mas é de extrema importância estabelecer os limites consigo mesmo e com os gestores, estabelecendo um limite do que é saudável para você. Ninguém é Super-Homem ou Mulher-Maravilha. Não existe! Além disso, não necessariamente a relação com o trabalho precisa ser penosa. Ela não deve, tem que ter prazer em fazer isso.
Sobrecarga
Há um limite humano e isso precisa ser entendido.
Esgotamento x burnout
O esgotamento, por conta do estresse crônico, acontece em outras áreas da nossa vida, mas o burnout, especificamente, dentro dessa definição, precisa ter a correlação com o ambiente de trabalho, sempre.
Equilíbrio
É fundamental! É necessário ter momentos para se desligar e condicionar o cérebro a ter outras fontes de prazer, senão o trabalho toma a centralidade da vida.
Valorização
É importante as empresas valorizarem o seu pessoal, porque a produtividade e motivação estão interligadas com se sentir parte integrante daquilo.
Entenda!
É preciso entender a Síndrome de Burnout como um problema de saúde, porque é algo sério, que atravessa diretamente nossa qualidade de vida. Então, busquem ajuda profissional para ressignificar sua relação com o trabalho e outras áreas da vida, até porque são sintomas reversíveis.
Para saber mais sobre o assunto acompanhe “ESGOTAMENTO EMOCIONAL E A LUTA CONTRA O BURNOUT.” no podcast Cuidar de Você, da Unimed Campo Grande. Acesse https://bit.ly/PodcastCuidardeVoce.
Foto: Divulgação / Internet
Tags: Burnout, Esgotamento emocional
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