Sob o título Mecanismos moleculares de resistência em enterobactérias e avaliação de uma nova abordagem terapêutica, o trabalho foi realizado entre 2016 e 2019 e analisou bactérias isoladas, resistentes a antibióticos, em pacientes hospitalizados.
A tese, que foi defendida no ano passado e rendeu a Kesia o título de doutora em Ciências da Saúde, foi realizada também em período “sanduíche” na University of Oxford, no Reino Unido, sob coorientação do docente Stephen Baker.
No total, 1.421 candidatos de todo o País se inscreveram nesta que é a 15ª edição do Prêmio CAPES de Tese. O resultado publicado na edição desta quinta-feira (01/10) do Diário Oficial da União contemplou 49 teses com a premiação principal e outros 94 acadêmicos com a menção honrosa. Por meio dela, autor, orientador, coorientador e o programa de pós-graduação recebem certificados.
PARCERIA QUE DEU CERTO
Nascida em Dourados, Kesia se orgulha pelo fato de sua pesquisa premiada ter sido realizada no interior do País. “Foi um trabalho muito longo e com muito comprometimento acadêmico e pessoal, mas com o objetivo maior de ajudar a comunidade e o SUS, além de colocar a pesquisa científica em destaque”, afirma a pesquisadora.
Com parcerias importantes com a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), de Campo Grande, a já citada University of Oxford e a University of Cambridge, ambas do Reino Unido, o trabalho, conforme Kesia, é uma síntese do esforço de todos que contribuíram para que ele acontecesse. “É uma honra receber esse reconhecimento da CAPES, pois há uma grande competitividade na pesquisa na área da saúde. Estamos no caminho certo e tenho muito orgulho de ter trabalhado com a professora Simone nesse projeto”, destaca.
A biomédica, que em 2016 recebeu o primeiro lugar no Prêmio de Incentivo à Ciência e Tecnologia para o SUS com sua dissertação de mestrado, manteve a parceria com a docente Simone Simionatto no doutorado. “A Kesia foi a primeira aluna de mestrado que orientei no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da UFGD e hoje ela é pesquisadora na Stanford University, nos Estados Unidos e colaboradora nas pesquisas que estamos desenvolvendo aqui”, conta a professora.
Simone explica que a pesquisa realizada para o doutorado de Kesia avaliou surtos de infecção hospitalar causados por bactérias resistentes a antibióticos (as superbactérias) e identificou os fatores genéticos envolvidos na resistência desses organismos.
Os dados coletados, por sua vez, foram associados a informações epidemiológicas, buscando contribuir na elaboração de ações preventivas para o controle de infecções hospitalares e, desta forma, colaborar com a redução da mortalidade e dos gastos com internação e tratamento de pacientes. O estudo avaliou, ainda, o desenvolvimento de novas estratégias para o tratamento das infecções causadas por essas bactérias resistentes.
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Pesquisa em Ciências da Saúde (LPCS) da UFGD – estrutura construída com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações mediante termo de cooperação – em parceria com o HU-UFGD e a University of Oxford. “A colaboração entre as instituições é bastante produtiva, pois possibilita a troca de experiências, qualifica as pesquisas e viabiliza testes que às vezes não somos capazes de desenvolver em universidades novas e fora dos grandes centros, como é o caso da UFGD”, destaca a docente.
Sobre o prêmio, Simone afirma ser uma grande honra atuar na orientação de um trabalho que recebe destaque nacional. “Essa premiação é um reconhecimento importante para nós pesquisadores, para o Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde e para a UFGD, pois é um incentivo à continuidade das pesquisas que estamos realizando. É a primeira vez que a UFGD recebe uma premiação como essa. Concorrer com grandes universidades é motivo de satisfação e ganhar esse reconhecimento compensa os nossos esforços, pois mesmo com dificuldades e cortes orçamentários, fazemos pesquisa de qualidade e que pode contribuir para a melhoria da saúde da população”, conclui a docente.
Jornalismo ACS/UFGD
Tags: educacao, Mato Grosso do Sul
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