Washington DC- O Escritório do Relator Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condena o assassinato brutal do jornalista brasileiro Lourenço “Leo” Veras, responsável pelo site de informações Porã News e correspondente de vários Mídia brasileira, que trabalhou na região de fronteira na cidade de Pedro Juan Caballero, capital do departamento de Amambay, Paraguai.
Este Escritório insta o Estado do Paraguai a investigar de maneira completa, eficaz e imparcial esse crime e outros que não são punidos; esclarecer seus motivos; e determinar judicialmente o relacionamento que possam ter com a atividade jornalística e a liberdade de expressão. Da mesma forma, o Escritório do Relator Especial da CIDH lembra que o problema da violência contra jornalistas nas Américas piorou, em muitos casos, com a presença do crime organizado em vastas áreas do hemisfério e a cooptação ou fraqueza da aparelho de estado nesses locais. No relatório temático “Zonas Silenciadas”, este Escritório identificou como um caso emblemático o de cidades localizadas na fronteira do Paraguai com o Brasil, que ilustram a vulnerabilidade de jornalistas que investigam atos de corrupção e tráfico de drogas.
Segundo informações da Polícia Nacional do Paraguai, o jornalista Leo Veras foi baleado cerca de 12 vezes por duas pessoas que, juntamente com uma terceira pessoa, dirigiam um caminhão. O crime aconteceu na casa particular do jornalista, localizada no bairro Aurora Garden. Veras estava jantando com sua família e, embora tenha tentado escapar do tiroteio, levou um tiro na cabeça e depois morreu no hospital Viva Vida, na cidade de Pedro Juan Caballero.
A Procuradoria Geral do Estado do Paraguai anunciou que criou uma equipe de investigação sobre o assassinato devido às múltiplas ameaças de morte que o comunicador teria recebido nos últimos anos. Veras trabalhou por mais de 15 anos na região de fronteira em torno da cidade de Ponta Porã, conhecido como um dos principais portos de entrada de drogas e armas no Brasil. O jornalista era responsável pelo site de notícias Porã News, que conduzia o jornalismo investigativo informando sobre a disputa de tráfico de drogas na fronteira entre o Paraguai e o Brasil. Em 19 de janeiro, em Pedro Juan Caballero, 75 presos foram libertados, a maioria deles vinculados à organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC), da penitenciária regional. Fontes próximas a Veras informaram que o jornalista teria expressado que temia por sua vida na esteira da situação.
Em uma entrevista com Veras na rede de televisão brasileira Record TV, em janeiro deste ano, ele disse que recebeu ameaças por mensagens de texto em seu telefone, onde foi instruído a “calar a boca”. Outro incidente relevante ocorreu em 2017, durante uma apresentação feita por Veras no programa de Tim Lopes de Abraji sobre crimes contra jornalistas (casos de Paulo Rocaro e Luiz Henrique Tulu), o jornalista relatou que ele e sua família deixaram de frequentar atividades públicas e sociais. eventos devido à insegurança que ele sentia.
Segundo informações do sindicato dos jornalistas do Paraguai, desde o retorno à democracia em 1989, contando Veras, 19 jornalistas teriam sido mortos no país e especificamente em áreas de fronteira, onde a guilda jornalística estava marcada pelo crime contra o jornalista Santiago Leguizamon , que ainda permanece impune 29 anos após seu assassinato.
O Escritório do Relator Especial identificou em seu relatório temático Zonas Silenciadas a grave situação do trabalho jornalístico na região fronteiriça do Paraguai com o Brasil ou a Argentina, onde grupos criminosos operam. Nos últimos anos, o Paraguai ajudou no desenvolvimento de um fenômeno que a imprensa e outros atores, incluindo o Estado, chamam de “narcopolítica”, caracterizada pela existência de narcotraficantes vinculados à atividade política e que até chegaram a ser eleitos para posições públicas no país. Com o desenvolvimento da chamada “narcopolítica”, a liberdade de expressão foi afetada porque os jornalistas enfrentam sérias dificuldades quando tentam denunciar certas atividades ilegais que são realizadas em suas comunidades, uma vez que as instituições governamentais – como os próprios jornalistas denunciaram – fazem não funcione como deveriam para protegê-los. O crime organizado pressionou a imprensa com o objetivo de que suas atividades, mesmo as mais óbvias, não sejam informadas. Ameaças, assédio ou mesmo a morte de alguns jornalistas nos últimos tempos deixaram uma marca indelével nos trabalhadores da mídia, apesar de terem mantido o compromisso de informar a sociedade sobre o que está acontecendo nas áreas de maior risco.
A CIDH e seu Escritório do Relator Especial recomendaram que os Estados adotassem uma política pública abrangente que permita a prevenção, a proteção e a ação penal em casos de violência contra jornalistas. Essas políticas devem levar em consideração as necessidades específicas de cada
Cobertura do Tereré NewsQuer ficar por dentro sobre as principais notícias de Mato Grosso do Sul, Brasil e do mundo? Siga o Tereré News nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Comunicado da Redação – Tereré News
Site de notícias em Campo Grande, aqui você encontra as últimas notícias da Capital e ainda Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Ponta Porã, Sidrolândia, Naviraí, Nova Andradina e demais municípios de Mato Grosso do Sul. Destaque para seção de empregos e estágios, utilidade pública, publicidade legal e ainda Pantanal, Web Rádio, Saúde, Eleições 2022. Tereré News, Online desde 2017, anuncie conosco e tenha certeza de bons negócios.
Siga o Tereré News Nas Redes Sociais
Desenvolvido por Argo Soluções
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |