Um grupo internacional de 150 investigadores alertou esta sexta-feira para a necessidade de preservação do genoma dos recursos marinhos oceânicos com potencial para aplicações biotecnológicas de interesse comercial, mas atualmente ameaçados.
“É importante, por um lado, preservar a biodiversidade que permite esta variedade genética, mas ao mesmo tempo olhar para o oceano como tendo valor económico”, disse à Lusa Adelino Canário, investigador e diretor do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg).
O investigador é um dos autores do artigo “O genoma oceânico: conservação, uso justo, equitativo e sustentável dos recursos genéticos marinhos”, juntamente com outros especialistas internacionais e que integra também Narcisa Bandarra, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Este trabalho serve de base a uma conferência ‘online’ que se realiza hoje no ‘site’ do World Resources Institute, com os autores principais, que irão responder às questões mais relevantes sobre o tema “Genoma Oceânico: desafios e oportunidades”.
Os especialistas apontam o excesso de exploração, a perda e degradação de habitats, a poluição e o impacto das alterações climáticas como algumas das ameaças ao genoma oceânico, que compreende os recursos genéticos presentes em toda a biodiversidade marinha e que os investigadores consideram ter um elevado potencial para aplicações biotecnológicas com interesse comercial.
“Do ponto de vista da biotecnologia é importante conhecer estes organismos e saber que substâncias produzem – uma informação que faz parte do seu genoma – das quais pode ser possível tirar algum valor, retirando alguns compostos e obter produtos úteis para a sociedade” adiantou.
Quando falam de genoma oceânico, os especialistas referem-se “a toda a vida do oceano, desde os micróbios às baleias. É basicamente o que está no ADN destes organismos que têm um valor enorme para a biodiversidade”, descreveu o investigador.
A biodiversidade baseia-se “nas variações que existem ao nível do ADN”, sendo que as populações “variam entre elas porque têm diferenças no ADN” o que significa que “mais facilmente de adaptam às alterações ambientais”.
Os peritos propõem a criação de áreas marinhas protegidas “que abranjam 30% dos oceanos” e um apoio para uma “maior equidade na investigação e transferência de conhecimento de genómica”.
Paralelamente, defendem, é preciso garantir que as normas de propriedade intelectual “sustentam o equilíbrio e partilha de conhecimento” e assegurar uma “avaliação dos riscos e benefícios de novas tecnologias e práticas de biologia molecular aplicadas ao ambiente marinho”.
Reivindicam, ainda, “um maior apoio financeiro e político para melhorar o conhecimento do genoma oceânico e a sua partilha”.
Adelino Canário defendeu também que a conservação dos recursos é importante mas “não pode ser encarada apenas como um impedimento”, porque as áreas protegidas “permitem que haja um refúgio da biodiversidade”.
Para o investigador, é possível a coexistência de atividades económicas na periferia das áreas protegidas, muitas vezes com uma “produtividade maior” do que aconteceria “se não houvesse essa proteção”.
“Portugal tem bons exemplos de compromisso entre a conservação e a exploração quer na costa continental, quer nos Açores, até com reconhecimento a nível internacional”, exemplificou.
Segundo o investigador, “criar áreas protegidas não significa uma perda de dinheiro, mas antes um investimento”.
O artigo agora publicado pelos peritos do High Level Panel (HLP) é parte integrante de um relatório com 19 capítulos, reunindo 150 investigadores a nível internacional que “analisam a questão do ponto de vista legal, biológica, económico”, concluiu.
Faz parte de uma série de 16 ‘Blue Papers’, que serão publicados até junho de 2020 e que resumem as mais recentes inovações científicas sobre soluções oceânicas inovadoras nas áreas de tecnologia, política, governança e finanças.
Fonte: Expresso
Cobertura do Tereré NewsQuer ficar por dentro sobre as principais notícias de Mato Grosso do Sul, Brasil e do mundo? Siga o Tereré News nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Comunicado da Redação – Tereré News
Site de notícias em Campo Grande, aqui você encontra as últimas notícias da Capital e ainda Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Ponta Porã, Sidrolândia, Naviraí, Nova Andradina e demais municípios de Mato Grosso do Sul. Destaque para seção de empregos e estágios, utilidade pública, publicidade legal e ainda Pantanal, Web Rádio, Saúde, Eleições 2022. Tereré News, Online desde 2017, anuncie conosco e tenha certeza de bons negócios.
Siga o Tereré News Nas Redes Sociais
Desenvolvido por Argo Soluções
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |