Os ataques às unidades de tratamento do ébola na República Democrática do Congo repetem-se. Deixam um rasto de destruição nas instalações, preciosos materiais médicos perdidos e chegam a forçar a evacuação das equipas médicas deixando os doentes à mercê do contágio e da morte.
A única notícia que parece boa referente ao estado da saúde na República Democrática do Congo diz que a taxa de óbitos dos doentes com HIV estagnou. Porém, a situação deve-se mais ao facto de não haver testes sistemáticos e atualizados do que a uma evolução decrescente e positiva de mortes pela doença no contexto de uma comunidade flagelada pela guerra e pelo abuso das forças de segurança no terreno.
Há crises mais conhecidas do que outras neste país gigante de 82 milhões de habitantes no centro de África com a fronteira leste em plena região dos Grandes Lagos, onde persiste há 25 anos uma guerra que é mais facilmente classificada de “baixa intensidade” por quem lá não vive.
A província mais massacrada é o Kivu Norte, junto à fronteira leste com o Uganda (a norte) e com o Ruanda (a sul), e mais recentemente também Ituri, a norte daquela.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem mais de 800 profissionais de saúde no país atuando com as autoridades de Kinshasa responsáveis pela saúde e em coordenação com as equipas locais e outras organizações não-governamentais internacionais. Juntos tentam combater um número de ameaças à saúde que parece não parar de crescer.
ÉBOLA, SARAMPO, MÁ NUTRIÇÃO E MISÉRIA
A última crise humanitária é classificada pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF) como “pouco conhecida” e afeta os territórios de Masisi, Rutshuru e Walikale, no sul da província de Kivu Norte. Mais de 685 mil pessoas vive em campos de deslocados ou é acolhida pelas famílias locais.
Os níveis de má nutrição e de violência sexual são preocupantes e basta ver no mapa a extensão do território para perceber a dificuldade que será a deslocação no terreno e os perigos a que a população está exposta.
A população é facilmente afetada por epidemias e pandemias fruto da má nutrição, falta de condições de higiene e rara assistência médica. Sarampo, VIH, tuberculose e ébola são doenças vividas pela população como pragas ou castigos e aumentam a já profunda desconfiança perante estranhos que venham trabalhar nessas comunidades ou aldeias remotas. A parafernália anti-contágio que a febre hemorrágica exige só aumenta o receio da população que vive frequentemente em regiões isoladas.
Na sequência da morte de um médico ao serviço da OMS na primeira semana de dezembro, os MSF retiraram temporariamente da região de Biakato, na província de Ituri, ao fim de meses de trabalho no combate à doença.
RETIRAR PARA NÃO MORRER
O grupo de pessoas armadas com machetes e paus que entrou no centro de saúde não chegou a destruir o Centro de Tratamento de Ébola (ETC na sigla inglesa), que se encontra localizado naquelas instalações. Ninguém foi ferido naquela incursão, mas a deterioração das condições de segurança levou à decisão. Não foi o primeiro ataque nem será o último. A noite de 27 para 28 de novembro foi fatal para os trabalhadores especializados no combate ao ébola, um trabalho que os MSF têm desenvolvido desde 2016 em colaboração com o ministério da Saúde da RDC.
A situação naquela zona é grave a todos os níveis. As condições para aplicar os meios de tratamento são frágeis. A população é vulnerável à doença, à violência sexual e à pilhagem dos poucos bens e alimentos que possuem.
Desde agosto de 2018 que o número de infeções pelo ébola aumenta e a partir de janeiro deste anos instalou-se uma nova crise igualmente difícil de debelar em cenário de guerra: sarampo. No prazo de um ano contaram-se 288 mil casos, 5,700 dos quais resultaram em morte. A OMS considera-a a maior epidemia de sarampo no mundo e a maior de sempre registada na RDC. A vacinação, que praticam em larga escala, é a medida mais eficaz e a única capaz de travar o contágio em 50%.
Dados da Organização Mundial de Saúde apuram 2211 mortes por ébola e 3351 infetados, das quais 1089 sobreviveram desde agosto de 2018. É o décimo surto registado no país, o mais sério de sempre. Em 17 de julho, a OMS declarou tratar-se de uma emergência médica de responsabilidade internacional (PHEIC na sigla inglesa), quando a doença chegou a Goma, a capital do Kivu Norte, onde vivem e circulam mais de um milhão de pessoas.
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