Sentença proferida pela 14ª Vara Cível de Campo Grande julgou parcialmente procedente a ação movida por uma mulher em face de um corretor de imóveis, condenado ao pagamento de R$ 5.000,00 de danos morais em razão de exigir da autora, aos gritos, e na presença de outras pessoas, que ela passasse a pagar o aluguel diretamente a ele, pois o imóvel teria sido vendido e o réu passou a administrar a locação do bem.
Conta a autora que desde julho de 2008 alugava uma casa na Rua Jamil Basmage, em Campo Grande, e que, no ano de 2015, houve a renovação do contrato pelo período de 24 meses, tendo a autora permanecido numa das quatro casas que compõem a “vila”.
Narra que, em meados do mês de agosto, o réu começou a comparecer diariamente na “vila”, afirmando ser corretor de imóveis e que estaria tentando vender aquele imóvel. Afirma a autora que entrou em contato com a imobiliária, a qual informou que a locação permanecia vigente e que os pagamentos deveriam continuar a ser realizados por meio de boletos bancários que eram encaminhados.
Sustenta que no dia 28 de outubro de 2015, quando ainda residia no imóvel, recebeu a visita de uma professora e de sua filha, que mora na cidade de Rio Verde do Mato Grosso. Na ocasião, o réu, alegando ser o responsável pela administração do imóvel, se dirigiu até a porta da casa da autora e, em tom alto e ríspido, na presença das pessoas citadas, afirmou, aos berros, que o aluguel daquele mês deveria ser pago diretamente a ele, eis que o contrato anterior não teria mais validade.
Afirma a autora que é hipertensa, sentiu fortes dores e passou mal nesse dia, conforme documentos anexos, certamente pela humilhação experimentada na frente de conhecidos e de sua filha. Defende que sofreu danos morais em razão das atitudes do réu, bem como que, diante das insistentes agressões, se mudou do local.
Em contestação, o réu sustenta que é corretor de imóveis e que, desde janeiro de 2015, colocou o imóvel à venda, tendo respeitado o direito de preferência dos inquilinos que o ocupavam, inclusive a autora. Alega que, após a assinatura de compra e venda do imóvel, a nova proprietária o contratou para administração do bem, de modo que diariamente estava no local. Defende que, diante da compra e venda noticiada, havia necessidade de assinatura de novos contratos, de modo que ofereceu aos inquilinos tal oportunidade, ou a alternativa de desocupar a casa.
Afirma que sempre teve excelente relacionamento com os inquilinos e que jamais desrespeitou qualquer deles e que, depois de muita resistência da autora em assinar o novo contrato, no dia 23 de outubro de 2015, levou à casa dela, acompanhado de uma testemunha, uma notificação endereçada a seu esposo, quem realmente havia assinado o contrato de locação anterior. O documento informava que o imóvel onde residia tinha sido vendido no dia 22 de setembro de 2015 e que o contrato com a imobiliária estava cancelado, contudo o imóvel estava disponível para locação, mas com um novo valor.
Contesta ainda dizendo que a autora se escondia para não pagar os aluguéis, realizando apenas à imobiliária, desconsiderando as respeitosas solicitações que lhe foram feitas. Aponta ainda que as alegações de desrespeito, gritaria e agressividade por sua parte são mentirosas. Defende, assim, que não cometeu ato ilícito, pois estava no exercício legal de sua profissão.
Conforme o juiz José de Andrade Neto, “no caso em apreço, analisando-se a documentação carreada com a inicial e, especialmente, os depoimentos colhidos em audiência, verifica-se que o réu praticou ato ilícito, ao cobrar o aluguel da autora, extrapolando o exercício regular de seu direito, eis que assim o fez de forma totalmente contrária a legislação”.
Segundo o juiz observou, as testemunhas ouvidas contam que o réu “acabou proferindo palavras em tom alto, ríspido e desrespeitoso à autora, fazendo com que todos da vizinhança pudessem ouvir a cobrança, impondo à requerente verdadeira situação de vexame perante os demais inquilinos, tendo causado a esta sensível dano moral, o qual deve ser indenizado”.
O magistrado analisou ainda que os depoimentos relatam que “a autora acabou sendo encaminhada a atendimento médico, justamente por ter ficado sensivelmente abalada com a situação criada pelo réu, o que evidencia a ocorrência do abalo psicológico passível de ser indenizado”.
Por outro lado, pontuou o juiz que o réu não trouxe nenhuma prova de sua versão dos fatos e, além disso, sobre sua conduta, o magistrado destacou “a inexistência de legislação autorizando a cobrança nos termos em que foi realizada, sendo certo que o credor que pretende receber o crédito que lhe é inerente, deve procurar as vias adequadas para tanto, caso haja resistência, mas nunca empenhar conduta arbitrária e desrespeitosa ao suposto devedor, mormente quando há dúvidas acerca da titularidade do crédito, como ocorreu no caso posto”.
Autor da notícia: Secretaria de Comunicação – [email protected]
Fonte: Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul
Cobertura do Tereré NewsQuer ficar por dentro sobre as principais notícias de Mato Grosso do Sul, Brasil e do mundo? Siga o Tereré News nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Comunicado da Redação – Tereré News
Site de notícias em Campo Grande, aqui você encontra as últimas notícias da Capital e ainda Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Ponta Porã, Sidrolândia, Naviraí, Nova Andradina e demais municípios de Mato Grosso do Sul. Destaque para seção de empregos e estágios, utilidade pública, publicidade legal e ainda Pantanal, Web Rádio, Saúde, Eleições 2022. Tereré News, Online desde 2017, anuncie conosco e tenha certeza de bons negócios.
Siga o Tereré News Nas Redes Sociais
Desenvolvido por Argo Soluções
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |