São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília registraram os maiores protestos, realizados próximos a bases militares; apoiadores de Bolsonaro pedem ‘intervenção federal’
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) saíram às ruas neste feriado de Finados, 2 de novembro, para protestar contra os resultados da eleição presidencial vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no último domingo, 30. Vestidos de verde-amarelo, os manifestantes ocuparam as portas de bases militares em todo o Brasil.
Os maiores protestos ocorreram em São Paulo (no Parque do Ibirapuera, onde está localizado o Comando Militar do Sudeste), no Rio de Janeiro (na Praça Duque de Caxias, onde fica o Comando Militar do Leste), e em Brasília (no Quartel General do Brasília).
Segundo a reportagem da TV Jovem Pan News, o Ibirapuera recebeu 30 mil pessoas.
Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Florianópolis, Campo Grande, entre outras capitais, também registraram manifestações expressivas, assim como cidades da região metropolitana de São Paulo, do interior paulista e do interior catarinense.
Quem foi à rua questiona a atuação da Justiça Eleitoral durante as eleições de 2022, sobretudo no caso chamado pela campanha de Bolsonaro de “Radiolão”.
No dia 24 de outubro, seis dias antes do primeiro turno, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, convocou uma entrevista coletiva em caráter de urgência e reclamou que Bolsonaro teve 154.085 inserções a menos do que Lula em rádios do Norte e do Nordeste.
Na ocasião, Faria disse que o Tribunal Superior Eleitoral investigaria o caso.
Depois, voltou atrás e admitiu que quem deveria fiscalizar a publicidade em rádio era a própria campanha. “A falha era do partido, que percebeu o problema tardiamente, e não do tribunal. Como havia pouco tempo para o TSE fazer uma investigação mais aprofundada, eu iniciei um diálogo com o tribunal em torno do assunto”, declarou o ministro.
Alguns cartazes levados às manifestações pedem “intervenção militar”, o que é inconstitucional, mas os gritos de ordem reivindicam “intervenção federal”. “Eu tenho neta, tenho filha, não quero que meu país vire uma Venezuela.
Nós tínhamos um governo excelente, mas sabemos que o sistema é sujo. Mas não vamos aceitar, vamos lutar. Intervenção federal já! Vocês colocaram a gente nessa situação quando soltaram quem não podiam”, disse, à TV Jovem Pan News, uma mulher que se identificou como Mara Lúcia e foi ao protesto no Rio de Janeiro. “O público virou o disco. Antes, protesto na porta de quartel era pela intervenção militar.
Agora o pessoal nas ruas está pedindo intervenção federal. Os requisitos para intervenção federal estão no artigo 34 da Constituição: coibir grave comprometimento da ordem pública, manter a integridade nacional, repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra, garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes, reorganizar as finanças das unidades da Federação, prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial e assegurar a observância de princípios constitucionais sensíveis”, explicou o comentarista Jorge Serrão na TV Jovem Pan News.
Os protestos em comandos militares, quartéis e tiros de guerra transcorrem sem tumultos com a Polícia Militar. No entanto, houve confronto entre manifestantes e policiais nos bloqueios que ocorrem em diversas rodovias do país.
No final da manhã, por exemplo, o Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo usou jatos de água e bombas de gás lacrimogênio para retirar manifestantes da rodovia Castello Branco, em Barueri, cidade na Região Metropolitana de São Paulo.
Veja vídeos dos protestos realizados em todo o país:
Fonte: Jovem Pan.
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